quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Conto da Noite


        
       A noite reinava ao redor dos prédios, enormes e magníficos, a lua brilhava com uma intensidade fora do normal, e iluminava uma jovem que tão tarde da noite ainda estava a andar pelas ruas da cidade, sozinha e desprotegida, mas tinha um andar objetivo, dava passos longos e sem olhar pra trás, ela mesma não sabia se estava com mais medo ou mais pressa, a única coisa que conseguia pensar é que precisava chegar logo, mais um pouco não iria mais agüentar, já começara a suar frio, e suas pernas já não respondiam de imediato, sentia um calafrio da cabeça aos pés, na sua mente só faltavam alguns quarteirões, mas já não agüentava mais, sentia como se fosse explodir, sentia um cheiro forte que parecia tomar sua mente e seus pensamentos, quando avistou um beco, e viu um colchão sem dono, e ali foi sua deixa, mais um pouco andando e desmaiaria, deitou no colchão e quase que instantaneamente desmaiou...


- Moça? Moça?
- O...i...
- Você está bem?
- Min...ha cabe...ça dói.
- Acho que está bêbada, bebeu algo muito forte esta noite moça?
- Não bebi nada alcoólico, não sei o que está acontecendo, acho que acabei desmaiando aqui.
- Não sei se desmaiou ou não, mas estava dormindo no meu colchão moça!
- Desculpe estou saindo.
- Nossa moça como está pálida.
- Eu pálida?
- Sim acho melhor te levar ao pronto socorro aqui perto.
- Obrigada, você me ajuda a levantar?
- Claro.

         Ela tentou se levantar, mas suas pernas cambalearam, não entendia o que estava acontecendo, olhou para o velho mendigo, e sentiu um desejo estranho, o cheiro que sentirá antes estava mais forte, não conseguia tirar os olhos do pescoço do pobre homem, que estava ali tentando ajuda-la a ficar de pé, perguntava a toda hora como ela estava, se tinha bebido, mas ela mal conseguira ouvi-lo, só pensava no cheiro forte que sentia, as vezes tinha certeza de sentir pulsar o coração do homem só de olhar, mas o pescoço era o que mais lhe chamava atenção, de repente uma dor atingiu sua boca, sentiu duas coisas perfurarem sua gengiva, tocou de leve com os dedos e sentiu que dois de seus dentes haviam crescido, quase que na mesma hora não pode mais segurar, se sentia muito fraca, e com um apetite voraz, antes que pudesse pensar em mais algo agarrou o mendigo pelo pescoço e mordeu profundamente, foi tão rápido que o homem não teve nem tempo de reagir, sua jugular foi perfurada em dois pontos em cheio, o sangue começou a jorrar, o homem se debateu, mas em vão, ela o segurava com uma força tremenda, cujo desconhecia até então, começou a se sentir aliviada, a dor de cabeça foi passando, quanto mais sangue bebia, mais sua fome passava, sentiu o sangue dele correndo por suas veias, era uma sensação inexplicável, a melhor coisa que já sentirá na vida, sentiu seu corpo leve, a cada gota de sangue que sugava tinha vontade de sugar mais, então ali percebeu que o que tinha era sede de sangue, o homem já não se debatia mais, a vida dele já se extinguira.


        Aos poucos começou a se lembrar da festa que estivera a pouco, se lembrava de dançar com um homem estranho, misterioso, que tinha um olhar magnético, se sentiu cativada por ele assim que o vira se dirigiu até ele e o chamou pra dançar, sentiu como se ele a hipnotiza-se, lembrou de ir até um lugar mais afastado da festa com ele e ali se entregou, em meio aos beijos sentiu uma forte dor no pescoço, e ali sua memória falhava, só conseguiu lembrar de estar na rua andando, tentando chegar até sua casa.

- O que está acontecendo comigo? Ela se perguntou.

       Ela olhou para o beco, e só se via sangue, por todo o lado, na parede, no chão, em suas roupas, e em todo o corpo do mendigo morto no chão, saiu dali, começou a andar, retomou seu caminho até sua casa, ainda não estava acreditando no que acabará de acontecer, será que estórias de vampiros eram verdadeiras? , já conseguia avistar a janela de seu apartamento quando sentiu de novo aquela sede enorme, mas suas pernas não estavam fracas agora, nem tinha mais dor de cabeça, mas a sede só aumentava, pegou sua bolsa e jogou no chão, saio correndo pela noite de novo, sentiu a mente vazia, a única coisa que vinha em sua cabeça era...

Sangue, Sangue, Sangue!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Conto Natalino


     
     Vinte quatro de dezembro de 2008, véspera de Natal, já se passavam das nove da noite, São Paulo parecia uma cidade fantasma, o maximo que se via nas ruas eram mendigos e desabrigados. 
     Ele pegou seu carro foi ao mercado mais próximo, comprou um belo Chester, e muitas bebidas, vinho, cerveja, vodka, champangne, nisso já eram quase dez horas, ele tinha que voltar logo, afinal sua esposa e suas duas filhas já deviam estar esperando a um bom tempo, foi até o caixa, não tinha fila alguma, e poucas pessoas trabalhando, passou suas compras, e deu seu cartão de crédito...

- Boa Noite senhor Fábio, desculpa eu sempre leio o nome nos cartões. disse a moça que estava no caixa dando um leve sorriso.

- Sem problemas, boa noite pra você também, deve ser ruim ficar aqui em plena noite de natal não é.

- É isso é, mas ou é o Natal ou o Ano Novo, então prefiro o Natal, porque sempre viajo pra praia no Ano Novo.

- A eu sempre viajo com a minha esposa e minhas filhas, sempre vamos pra a casa de uma tia minha.

- Nossa você parece tão novo, pra ser casado e ter filhas.

- Eu tenho fotos delas aqui, de uma olhada.

- Nossa muito lindas as suas filhas, parabéns!

-Obrigado, bom é isso, tenha um Feliz Natal, tchau.

- Um Feliz Natal pra você também senhor Fábio, e pra sua família também.

      E assim Fábio saiu do mercado, colocou as sacolas no porta malas, já eram dez e vinte cinco, estava pagando o estacionamento do mercado quando seu celular toca, ele olhou pro celular e estava o nome 
deBruna chamando, atendeu no terceiro toque, e logo ouviu a voz...

- Fábio 
de Almeida Felix, onde o senhor está, estou aqui agoniada de esperando.

- Oi Amor já estou chegando acabei de sair do mercado, acho que comprei tudo que faltava.

- Pois então venha logo, a Julia já está esperneando aqui, a Beatriz já rasgou a cortina brincando, só você consegue fazer elas pararem.

- Pode deixar Amor em 15 minutos estou ai, agüenta a onda ai com as meninas.

- Ta Bom Amor estamos te esperando, minha mãe acabou de chegar, e já perguntou de você, seus primos também já chegaram, bom Amor venha logo, estou com saudades, ainda nem te vi hoje.

- Eu também estou com saudades Amor, logo estou ai beijos te amo.

      Fábio desligou o celular, e saiu cantando pneu, afinal sua família o esperava ansiosos, quando já estava a cinco minutos 
de casa, passou do lado de um parque, que estava totalmente deserto, do vidro do seu carro Fábio podia ver as arvores longas, e bem sinistras devido a escuridão que estava, quando ao longe avistou duas pessoas atravessando a rua, foi chegando mais perto, viu que demoravam pra atravessar, quando chegou bem perto viu que era uma mulher grávida empurrando um carrinho de bebê, ela acenou com a mão pra ele parar, para poder passar, Fábio foi parando o carro devagar, ela agradeceu e se virou, faltava poucos passos pra atravessar, quando surge um barulho estrondoso, a mulher olha para o lado novamente e vê uma Saveiro preta vindo a todo vapor em sua direção, a ultima coisa que conseguiu ver foi os faróis do carro, o carrinho foi arremessado pra longe e um choro de bebê foi ouvido por um breve momento antesde bater em um dos Muros laterais do parque, a mulher não teve nem tempo de gritar, sentiu uma dor aguda por uns dois segundos, depois disso não sentiu mais nada, afinal não tinha mais nada o que sentir, a vida de três pessoas acabará de se estinguir...

- Nossa tinha esquecido como isso é bom. disse Fabio olhando pra mulher ensangüentada no chão da calçada.

      E lá estava ela levemente deformada devido ao impacto, o carrinho estava jogado no chão distorcido, o corpo do bebê nem se vira na escuridão que ali estava, e ali se encontrava Fábio olhando para a mulher com um enorme sorriso no rosto, acelerou seu carro e saiu cantando pneu 
de novo, já eram dez e quarenta e oito, quando avistou o jardim da frente de sua casa, viu muitas luzes, e ali parada na frente do portão estava Bruna sua esposa lhe esperando, Fábio estacionou o carro, desceu, pegou as compras, deu um beijo em sua esposa, levou uma leve bronca pela demora, mas nada demais, Julia sua filha veio correndo lhe abraçar e dar Feliz Natal a seu Pai, o mesmo fez Beatriz sua filha caçula, colocou as compras na mesa, comprimentou a todos, beliscou um pouco de guloseimas que estavam na mesa, e sentou pra conversar com seu sogro, cujo o idolatrava, deram muitas risadas juntos, quando viram já era quase meia noite, então todos sentaram em volta da mesa, todos muito felizes, afinal era Natal, mas o que estava mais feliz era Fábio, tinha um sorriso estranho nele, até sua esposa tinha estranhado, ele sempre estava sorrindo mas dessa vez era diferente, mas julgou ela ser por causa da noite de Natal, que ela acreditava ser mágica e transformar as pessoas.

Fábio se levantou e disse:

- Quero que esse Natal seja perfeito pra todos nós, espero sempre todos os anos poder estar aqui com todos vocês e comemorar esse dia tão especial, não podemos esquecer que hoje é aniversário 
de cristo, um viva pra Jesus!

-VIVA, Viva, VIVA PRA JESUS. e assim todos gritaram.

      Bruna correu até Fábio e deu um abraço bem forte nele, e agradeceu em seus pensamentos a Deus, por ter um marido tão perfeito...