segunda-feira, 27 de abril de 2009



Minha solidão é o meu refúgio

Meu quarto meu abrigo

Um travesseiro minha lápide

Meu lar é a noite

 

Quanto mais salto

Mais estou caindo

O fundo não é assustador

Apenas trevas

 

O que é a escuridão?

Para quem sempre esteve nas sombras...

Não tenham pena

Apenas entendam

 

Não digo que não tenho medo

Mas também não tenho receios

Aceitei esta condição

Nada do que fiz foi em vão

 

Então no vale das sombras

Vejo uma luz

Brilhante, mas não ofuscante.

Por momentos essa luz me acalma

 

Queria poder estar longe

Mas não tenho mais forças

Pra te deixar

A sua ternura me guiou até aqui

 

E quanto mais me aproximo

Mais te machuco

E isto

Me consome aos poucos

 

Esperei tanto tempo

Será que foi tanto assim?

Teria sido diferente?

Se fosse um ano, um mês, uma semana antes?

 

Agora fazes parte de mim

E nada posso fazer

Se longe de você não sou mais eu

Meu destino é o mesmo que o teu

 

Porém ainda tenho medo

Nunca me perdoaria

Se não fosse capaz de protegê-la

E isto me consome aos poucos...

 

Bendito dia 

Que encontrei teus olhos

Teria sido melhor se não os tivesse encontrado?

Mas onde eu estaria agora?

 

Vagando pela noite

Sem destino, sem rumo

Mesmo a imortalidade

Não és tão imortal quanto nossos momentos

 

Percebi que nada teria sentido

Sem você aqui

Todos os caminhos

Levam-me a ti

 

E nessa entrega mor

Vou te protegendo

E ao mesmo mentindo

Sobre os medos que ainda tenho

 

Sobre um passado tão negro

Que nem seus pesadelos mais cruéis

Seriam capazes

De imaginar

 

Mesmo um monstro

Tem seus dias de paz

Mesmo um assassino

Tem sentimentos

 

Não sou diferente

Apenas não igual

Não me siga

Caso eu me torne um deles

 

Por hora apenas durma

durma

durma

 

Irei velar teu sono eternamente

Mesmo sabendo que um dia tudo irá acabar

Não me peça promessas

Que eu não posso cumprir

 

Não quero esta maldição a ti

Nunca quis

Mas foi mais forte do que eu

Só não queira ser igual a mim

 

E isto me consome aos poucos...

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